Bondade

Vê-se a miséria desditosa

Perambulando numa praça;

Sob o seu manto de desgraça

Clama o infortúnio abrasador.

Eis que a Fortuna se lhe esconde;

E passa o gozo, muito ao largo;

E ela chora, ao gosto amargo,

O seu destino, a sua dor.

Mas eis que alguém a reconforta:

É a bondade. Abre-lhe a porta;

E a fada, à luz dessa manhã,

Diz-lhe, a sorrir – Tens frio e fome?

Pouco te importe qual meu nome,

Chega-te a mim: sou tua irmã.

Pelo Espírito João de Deus

XAVIER, Francisco Cândido. Parnaso de Além-Túmulo. Espíritos Diversos. FEB.