Esperança dos Céus

Há choro dentro da noite...
É o doloroso gemido
De pobre recém-nascido
Que não encontra lugar...
Mãos insensíveis sufocam
Pequenina flor humana...
É o aborto, em lide insana,
Ferindo a Lei sem pensar.

Ah! Quantas almas formosas,
Nos planos em que me movo,
Sonhando nascer de novo,
No entanto, rogam em vão...
Agasalham-se no amor,
Mas, em lágrimas convulsas,
Ei-las batidas e expulsas
A golpes de ingratidão.

Irmãos da Terra, escutai!...
Detende a marcha do aborto,
Estendei vosso conforto
Aos companheiros do Além!...
Cada criança que surge,
Mesmo entre rudes labéus,
É uma esperança dos Céus
Para a vitória do Bem.

Pelo Espírito Maria Dolores

XAVIER, Francisco Cândido. Caridade. Espíritos Diversos. IDE. Capítulo 13.