Guardemos o Coração
"O homem de coração dobre é inconstante em todos os seus caminhos." - (TIAGO, 1:8.)
Urge reconhecer que no sentimento reside o controle da vida.
Na romagem terrestre, múltiplos são os caminhos que conduzem ao aperfeiçoamento.
Fartura e escassez; formosura e fealdade, alegria e sofrimento, liberdade e tolhimento, podem aliciar excelentes possibilidades de realização humana para a espiritualidade superior.
O homem de coração dobre, porém, é infiel às bênçãos divinas em todos os setores da luta construtiva.
Se recebe talentos da riqueza terrestre, entrega-se, comumente, às alucinações da vaidade.
Se detém os dons da pobreza, liga-se, quase sempre, aos monstros da inconformação.
Se possui belo corpo, dá-se, em via de regra, aos excessos destruidores.
Se dispõe de vaso orgânico defeituoso, na maioria dos casos perde o tempo em desespero inútil.
No prazer, é incontido.
Na dor, é revoltado.
Quando livre, oprime os irmãos e escraviza-os.
Quando subalterno, perturba os semelhantes e insinua a indisciplina.
O sentimento é o santuário da criatura. Sem luz aí dentro, é impossível refletir a paz luminosa que flui incessantemente de Cima.
Ofereçamos ao Senhor um coração firme e terno para que as Divinas Mãos nele gravem os Augustos Desígnios. Atendida semelhante disposição em nossa vida íntima, encontraremos em todos os caminhos o abençoado lugar de cooperadores da Divina Vontade.
XAVIER, Francisco Cândido. Vinha de Luz. Pelo Espírito Emmanuel. 14.ed. Rio de Janeiro, RJ: FEB, 1996. Capítulo 29.